CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O RECENTE CONFLITO ISRAEL-IRÃ
- paraumnovocomeco
- 11 de jul.
- 2 min de leitura

Por Vlademir Ramos
11/07/2025
O recente conflito armado entre Israel e Irã, intensificado com ataques israelenses a instalações nucleares iranianas e retaliações iranianas, revela não apenas uma disputa geopolítica regional, mas também um embate profundamente enraizado em dinâmicas históricas de dominação, resistência e controle territorial. A intervenção dos Estados Unidos, que apoia Israel e busca conter o avanço iraniano, reforça a dimensão imperialista desse conflito, que pode ser analisado à luz do conceito marxista de colonialismo de povoamento.
Marx utilizou o termo colonialismo de povoamento para descrever processos em que uma potência externa não apenas domina economicamente um território, mas também promove o assentamento de sua própria população, deslocando ou subordinando os povos originários.
No caso de Israel, a fundação do Estado em 1948 e a contínua expansão dos assentamentos judaicos em territórios palestinos configuram um exemplo clássico desse tipo de colonialismo, onde a população nativa é marginalizada e o controle territorial é assegurado por meio da força e da política estatal.
A hostilidade entre Israel e Irã, que se manifesta em ataques diretos e por meio de grupos aliados como Hezbollah e Hamas, pode ser entendida como uma resistência dos povos e Estados da região a essa lógica colonialista e imperialista. O Irã, embora não seja uma potência colonial tradicional, representa uma força regional que desafia o projeto israelense e americano no Oriente Médio, buscando proteger seus interesses e os de seus aliados.
A intervenção americana, por sua vez, mantém e reforça a dominação capitalista e imperialista na região, apoiando Israel como um bastião estratégico e ideológico. Essa intervenção não é neutra, mas parte de uma estratégia maior de controle dos recursos naturais, rotas comerciais e influência geopolítica, que se traduz em guerras por procuração, sanções econômicas e apoio a regimes aliados.
Assim, o conflito Israel-Irã não pode ser visto isoladamente como uma disputa religiosa ou étnica, mas como um capítulo contemporâneo das lutas contra o colonialismo de povoamento e a dominação imperialista, onde as populações locais pagam o preço de interesses econômicos e estratégicos globais. A análise marxista ajuda a revelar que, por trás das narrativas oficiais, está a reprodução de um sistema que perpetua a desigualdade, a violência e a exclusão, exigindo uma crítica que vá além das aparências e busque a emancipação dos povos oprimidos.
Referências: Capítulo 25 de O Capital – A Teoria Moderna da Colonização e discussões realizadas no PUNC (Para Um Novo Começo)







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