A GUERRA DO CAPITÃO CLOROQUINA CONTRA O POVO BRASILEIRO
- paraumnovocomeco
- 10 de abr. de 2021
- 6 min de leitura
28/02/2021

Nota Política
A GUERRA DO CAPITÃO CLOROQUINA CONTRA O POVO BRASILEIRO OU PORQUE CHAMAMOS BOLSONARO E SEU GOVERNO DE GENOCIDAS
Há cerca de um ano, em 26/02/20, era registrado o primeiro caso de Covid 19 no Brasil. Agora, um ano após, temos mais de 10 milhões de casos confirmados e passamos dos 250 mil mortos. O Brasil é o único pais de dimensões continentais que tem um sistema de saúde pública, o SUS, universal e gratuito com atuação em todo seu território; possui mais de 250.000 agentes comunitários de saúde; era referência mundial em campanhas de vacinação e controle de epidemias; tem um corpo técnico de Saúde Comunitária, Epidemiologia, Infectologia… reconhecido mundialmente.
A explicação para a tragédia que estamos vivendo (e que no momento está-se tornando ainda pior) não vem de incompetência ou negligência: HÁ UMA POLÍTICA DELIBERADA DO GOVERNO BOLSONARO DE DEIXAR A PANDEMIA ACONTECER SEM QUALQUER MEDIDA REAL PARA CONTÊ-LA.
Isto não é uma afirmação vazia ou exagerada. É o que mostra um estudo realizado pelo Instituto Conectas em conjunto com a USP ao analisar as medidas oficiais tomadas pelo governo Bolsonaro durante 2020. Fica evidente um esforço deliberado para bloquear todas as medidas eficazes para impedir a propagação da pandemia, para colocar a continuidade das atividades econômicas à frente da proteção da vida da população e para incentivar comportamentos contrários às normas sanitárias mundiais para controle da pandemia.
O governo Bolsonaro consciente e deliberadamente assume o projeto de alcançar uma pretensa “imunidade de rebanho”, permitindo o vírus se disseminar amplamente para que, após ao menos 70% da população estiver contaminada, alcança-se a imunidade coletiva. Em decorrência desta concepção absurda e anticientífica, neste momento em que nem 5% da população já foi infectada, caminhamos para 300.000 mortos, um número maior que este de “recuperados” apresenta sequelas da infecção, cidades como Manaus colapsaram com pessoas morrendo asfixiadas por falta de oxigênio e outras são amarradas às camas pois estão entubadas e faltam sedativos, cidades em série em vários estados caminham para o colapso de suas redes de saúde…
Enfrentamos neste momento o colapso dos sistemas de saúde em diversos estados por conta desta política do governo Bolsonaro e dos prefeitos e governadores que a seguem, mesmo aqueles que politicamente são oposição à ele mas que preferem deixar a população se infectar a terem prejuízo político. Por isso vemos medidas de pouca eficácia, como suspensão apenas noturna de atividades, o não acatamento das orientações de câmaras técnicas e restrições parciais de circulação quando medidas mais firmes seriam necessárias. Diferente do início da pandemia, quando os casos no interior dos estados aumentaram no momento em que as capitais estavam apresentando refluxo, permitindo a transferência de pacientes, agora a elevação do número de casos se dá sincronizada: centros urbanos e interior estão com aumentos simultâneos. Em consequência disto mesmo a rede privada de saúde se vê colapsando, a despeito da inversão de capital e recursos que a caracteriza.
O NOME PARA A POLÍTICA ADOTADA PELO GOVERNO BOLSONARO NA PANDEMIA, COM APOIO DE DIVERSOS GOVERNADORES E PREFEITOS, TEM UM NOME: GENOCÍDIO !!!
Para conseguir este objetivo o governo Bolsonaro precisava realizar várias medidas, e todas foram feitas:
- afastar do ministério da Saúde o corpo técnico altamente profissional e substituí-lo por arrivistas e desqualificados, encabeçados pelo general da ativa Eduardo Pazuello, que estão ali para cumprir as ordens de seu chefe quaisquer que sejam, por mais absurdas que sejam. Ou, como disse o general da ativa submisso ao seu chefe capitão; “Um manda e o outro obedece”. Mesmo políticos de direita notórios em sua política de desmonte do SUS, como o ex-ministro Mandetta, não tiveram coragem de assumir tal empreitada por saberem a dimensão da tragédia a ocorrer.
- desqualificar quaisquer medidas eficazes de isolamento social, bloqueando recursos e utilizando a máquina de propaganda governamental para atacar os prefeitos e governadores que, timidamente, ensaiaram implementá-las. Isto incluiu o acionamento pelas redes sociais da máquina de propaganda bolsolavista para criar “manifestações” contra as medidas de isolamento. Tudo isso com apoio da parcela da burguesia ligada ao setor de serviços, para quem as medidas para controle da pandemia reduziriam seus lucros. Para isso foi fundamental não permitir que a definição de “atividade essencial” se baseasse em critérios técnicos, mas fosse deixada a critério de cada gestor, conforme seu interesse político.
- Promover eventos com aglomerações, desqualificar em pronunciamentos, “lives”, entrevistas, o uso de máscaras e o distanciamento social.
- Promover como política de saúde a prescrição de medicações sem eficácia comprovada (como ivermectina, nitazoxamida, azitromicina, vitamina D, zinco,...) e medicações comprovadamente ineficazes (como cloroquina e hidroxicloroquina) a título de “tratamento precoce”. Com isto se criava a falsa sensação de segurança nas populações de que, ou não se infectariam ou só teriam a forma leve. E assim se podia forçar o funcionamento normal da “economia” pela existência de um pretenso “tratamento eficaz”. E, claro, como ganho adicional o desvio de verbas públicas para medicações sem eficácia permitiu (por conta de classificação como emergencial) a compra de insumos superfaturados e o lucro aumentado dos fabricantes entre os quais encontram-se notórios apoiadores de Bolsonaro. Mas isto só foi possível com a cumplicidade e/ou conivência de diversos profissionais médicos que propalaram esta farsa medicamentosa nas redes, orientaram seu uso aos profissionais subordinados quando em posição de chefia ou (como no caso do Conselho Federal de Medicina) lavaram as mãos argumentando com uma interpretação abusiva da “autonomia do médico”.
-Não empregar as verbas disponíveis para o combate da pandemia. Em novembro pouco mais de 50% das verbas liberadas a título emergencial no começo do ano tinham sido efetivamente empregadas: dos 513 bilhões de reais disponíveis menos de 260 milhões foram utilizados. Em virtude disto o Brasil não só é um dos países que menos faz testes diagnósticos para a Covid-19 como deixa milhões de testes perderem a validade em galpões sem serem distribuídos para estados e prefeituras.
- Não direcionar a indústria nacional para a produção de materiais de proteção (máscaras eficazes, protetores faciais, etc), a serem utilizados pelos trabalhadores de serviços essenciais que continuam trabalhando; para a produção de insumos necessários para os casos graves (oxigênio, sedativos, analgésicos, etc,..). Na “guerra ao coronavírus” não há armas adequadas, não há coordenação de forças, não há logística. Da “guerra” comandada pelo capitão e seus generais temos apenas os milhares de mortos diários.
Neste momento vemos mais um capítulo do plano de apoio à pandemia e à morte pelo governo Bolsonaro: a sabotagem da vacinação contra o coronavírus. Desde o início o governo apostou em apenas uma vacina, a produzida pela Oxford/Astrazeneca, que teria a Fiocruz como braço brasileiro para realização de testes. Isto em um momento em que havia pelo menos seis vacinas no mundo no mesmo estágio de desenvolvimento que a vacina “eleita” por Bolsonaro. Sabe-se agora que empresas britânicas dos ramos da mineração, indústria química e farmacêutica fizeram em 2018 lobby junto ao então candidato Bolsonaro, uma destas a Astra/Zeneca… A vacinação só se iniciou no Brasil por conta da vacina Coronavac, produzida pela chinesa Sinopharm, que teve como braço de testes no Brasil o Instituto Butantã, órgão do governo estadual de SP. Continuamente atacada pelo presidente e seus asseclas pela disputa política contra João Dória, denominada “vacina chinesa”, esta vacina é a que no momento tem o maior potencial de entrega de doses para vacinar a população.
Agora que a vacinação se torna inevitável, o governo federal simplesmente se omite de realizar o que é a tarefa de um governo nacional: coordenar a campanha nacional, garantir a compra e entrega de insumos, usar a máquina de comunicação governamental para divulgá-la e esclarecer a população. O governo Bolsonaro faz exatamente o contrário. Não previu a compra de insumos (agulhas e seringas) na indústria nacional, não programou o fluxo de aquisição das doses das vacinas sob sua responsabilidade (Astra/Zeneca), não emitiu diretrizes claras e racionais para orientar a vacinação em estados e municípios.
Quanto à campanha nos meios de comunicação ela existe, mas com o sinal trocado: as hordas bolsonaristas inundam as redes sociais (Whatsapp, Facebook, Twitter, etc…) com desinformação sobre a vacinação, semeiam pânico sobre alegados efeitos colaterais graves, apregoam que as vacinas “estão em teste” e os que as tomam seriam cobaias…
A estratégia do governo genocida de Bolsonaro é clara: nada fazer ao mesmo tempo em que afirma estar fazendo tudo; não cumprir com sua obrigação governamental ao mesmo tempo em que acusa tudo e todos de responsabilidade sobre a tragédia da qual é agente e propagador.
Perante isto é tarefa de todos os que lutam pela vida e pela saúde do povo brasileiro se opor à política de morte do governo Bolsonaro! É preciso colocar bem nítido que não há “tratamento precoce”, que verbas públicas têm que ser destinadas para medidas comprovadamente eficazes e não para farsas que enriquecem os mesmos de sempre e enganam a população!
Temos que exigir que todxs trabalhadores que estão trabalhando de forma presencial tenham acesso garantido a equipamento de proteção adequados!
A população trabalhadora tem que ter garantidas as condições de isolamento social, a começar por um auxílio emergencial de verdade, que permita a sobrevivência de uma família!
O país precisa de vacinas para todxs de forma gratuita e rápida!
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